segunda-feira, maio 21



# First letter. Eu parei no tempo e jurei a mim mesma que precisava disto, de escrever antes que a minha mente se transformasse no buraco negro habitual. Eu precisava de escrever quase tanto como ainda hoje dou por mim a precisar de ti. Olhei para a janela e senti-me nostálgica sabes aquela vontade de ti, de te ter aqui, agora? Foi tão forte desta vez que eu senti um aperto, uma angústia, correr-me o corpo todo sem muito para explicar. A verdade é que eu não tenho nada para explicar porque eu não o sei fazer, porque sentir já é suficiente porque amar-te é permanente e juro que não sei como explicar a vontade de ti que hoje se apoderou de mim. Talvez a TV não ajude, talvez as imagens de casais apaixonados e felizes não ajude, talvez as músicas não ajudem ou até mesmo as palavras. Damn. porque quê qualquer coisa me lembra de ti? Porque que o mínimo toque, cheiro, sensação me lembra de ti, de nós, de momentos e da tua voz. É inevitável falar contigo e não te querer para mim, não planear futuros que nunca serão realidade, planear momentos que vão ficar por acontecer e desejar coisas que vão ficar por fazer. E custa tanto de vez em quando ficar parada no silêncio de duas vozes mudas e não querer gritar tudo o que continua silenciado, esconder para não sofrer, fingir para sorrir. Tentar meter na cabeça a todo instante que já não vale a pena, que o melhor é dizer o que sentimento voo com o tempo e deixou de existir com o andamento, dizer que se esgotou quando na verdade ainda continua aqui por inteiro, como o café quente que ficou na chávena por beber. Como a chuva, mesmo nos momentos que ela pára nunca significa que acabou, a verdade é que ela é infinita e faz do tempo a sua vontade, pode estar o maior sol abrasador e o momento do dia estar quente mas se ela quiser ela vai cair, ela não acaba, nunca, simplesmente se esconde, ela é senhora do tempo tal como tu senhor de mim. Por mais que eu esconda tudo, não deixe transparecer nem uma gota não significa que assim o seja, não significa que está tudo bem, que eu não esteja magoada, que eu não te ame, que eu não te queira e que é tudo uma coisa passageira. E lutar comigo própria é tão mais difícil do que lutar por nós os dois, é como tentar falar para uma pessoa que não pode ouvir, é como tentar mostrar a uma pessoa que não pode ver, é como tentar fazer um morto voltar viver, é tão impossível quanto isso. e eu juro que tento, eu tento todos os dias, não me enganar, não cair na tentação, tentar tirar do coração para não ficar no sofrimento. Ver-te como um amigo, um vizinho, um mero conhecido ou até mesmo desconhecido, qualquer coisa que não faça de ti mais um amor perdido. A questão é que tu não és apenas mais um que faz de mim mais uma, a questão é que tu és O que faz de mim apenas mais uma, se é que me faço entender, e sinceramente isso já me custou mais. A verdade é que eu não te amei mais, eu amei-te demais, e ainda amo mas isso fica para outro dia, estou farta de matutar nesta causa perdida, e perceber uma coisa que não pode ser compreendida, até à próxima meu amor. 
Ah e espero que não te tenha deixado com a impressão errada porque apesar de seres um idiota chapado eu amo-te com tudo mesmo que ainda cá fechado, eu amo-te, e amo até um dia (no para sempre). 
*with love, S.

2 comentários:

Descritos de mentes cheias de memórias são sempre bem-vindas.