# First letter. Eu parei no tempo e
jurei a mim mesma que precisava disto, de escrever antes que a minha mente se
transformasse no buraco negro habitual. Eu precisava de escrever quase tanto
como ainda hoje dou por mim a precisar de ti. Olhei para a janela e senti-me
nostálgica sabes aquela vontade de ti, de te ter aqui, agora? Foi tão forte
desta vez que eu senti um aperto, uma angústia, correr-me o corpo todo sem
muito para explicar. A verdade é que eu não tenho nada para explicar porque eu
não o sei fazer, porque sentir já é suficiente porque amar-te é permanente e
juro que não sei como explicar a vontade de ti que hoje se apoderou de mim. Talvez
a TV não ajude, talvez as imagens de casais apaixonados e felizes não ajude,
talvez as músicas não ajudem ou até mesmo as palavras. Damn. porque quê
qualquer coisa me lembra de ti? Porque que o mínimo toque, cheiro, sensação me
lembra de ti, de nós, de momentos e da tua voz. É inevitável falar contigo e
não te querer para mim, não planear futuros que nunca serão realidade, planear
momentos que vão ficar por acontecer e desejar coisas que vão ficar por fazer.
E custa tanto de vez em quando ficar parada no silêncio de duas vozes mudas e
não querer gritar tudo o que continua silenciado, esconder para não sofrer,
fingir para sorrir. Tentar meter na cabeça a todo instante que já não vale a
pena, que o melhor é dizer o que sentimento voo com o tempo e deixou de existir
com o andamento, dizer que se esgotou quando na verdade ainda continua aqui por
inteiro, como o café quente que ficou na chávena por beber. Como a chuva, mesmo
nos momentos que ela pára nunca significa que acabou, a verdade é que ela é
infinita e faz do tempo a sua vontade, pode estar o maior sol abrasador e o
momento do dia estar quente mas se ela quiser ela vai cair, ela não acaba,
nunca, simplesmente se esconde, ela é senhora do tempo tal como tu senhor de
mim. Por mais que eu esconda tudo, não deixe transparecer nem uma gota não
significa que assim o seja, não significa que está tudo bem, que eu não esteja
magoada, que eu não te ame, que eu não te queira e que é tudo uma coisa
passageira. E lutar comigo própria é tão mais difícil do que lutar por nós os
dois, é como tentar falar para uma pessoa que não pode ouvir, é como tentar
mostrar a uma pessoa que não pode ver, é como tentar fazer um morto voltar
viver, é tão impossível quanto isso. e eu juro que tento, eu tento todos os
dias, não me enganar, não cair na tentação, tentar tirar do coração para não
ficar no sofrimento. Ver-te como um amigo, um vizinho, um mero conhecido ou até
mesmo desconhecido, qualquer coisa que não faça de ti mais um amor perdido. A
questão é que tu não és apenas mais um que faz de mim mais uma, a questão é que
tu és O que faz de mim apenas mais uma, se é que me faço entender, e
sinceramente isso já me custou mais. A verdade é que eu não te amei mais, eu
amei-te demais, e ainda amo mas isso fica para outro dia, estou farta de
matutar nesta causa perdida, e perceber uma coisa que não pode ser
compreendida, até à próxima meu amor.
Ah
e espero que não te tenha deixado com a impressão errada porque apesar de seres
um idiota chapado eu amo-te com tudo mesmo que ainda cá fechado, eu amo-te, e
amo até um dia (no para sempre).
*with
love, S.
obrigada e gostei deste também. *
ResponderEliminargostei
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