sábado, fevereiro 4

«País das Maravilhas.»

Pronunciar o teu nome é como mergulhar no poço mais fundo de memórias passadas. À medida que a queda vai ficando intensa o susto era maior e o suspense de saber o que me esperava ao chegar ao fundo, ainda mais. O desanimo e desapontamento ao reconhecer de longe, ao primeiro olhar algo familiar, o passado, mas não um qualquer, o nosso. Um buraco escuro repleto de espelhos da memória que em missão de obrigar a minha mente a relembrar cada momento vivido numa paixão a qual chamaria infindável até aos dias de hoje. Mergulhei de olhos fechados para que nada me pudesse assombrar e para que os fantasmas do passado não se apoderassem de mim e consumissem o meu coração com angústias, arrependimentos, tristezas e tudo o resto a que ao passado pertencia e que eu queria que continuasse a pertencer. Quando senti o meu corpo parar de levitar e embater no chão frio, tentei abrir os olhos, com as certezas que iria viajar em algo terrível, mas não. Respirei fundo e lentamente fui deixando a luz transpassar pelos espelhos da alma que nele continha a minha vida toda e na verdade foi bem isso que eu vi no momento, a minha vida toda passar-me diante dos olhos. Finalmente fixei o olhar em tudo o que me rodeava e fixei num ponto do que estava envolta, mas não era escuro, não fui preenchida por sentimentos maus e não havia tristezas nem memórias, era diferente. Um novo começo diria, ou pelo menos parecia. Pestanejei para ter a certeza que os meus olhos viam o certo, não querendo ser enganada pelo poder sobrenatural da mente. Era um jardim, havia borboletas e senti uma sensação de conforto e bem-estar completamente surreal, afinal não era familiar, era felicidade, era um novo começo, não era o passado negro ao qual tinha lutado guerreiramente todos os dias para escapar à rotina que me consumia, não era um mero vilão mascarado de príncipe. Era um rei, e um bem real e foi assim que os teus lábios tocaram nos meus e tudo aconteceu, era óbvio, estava apaixonada. E talvez, mas só talvez na menor das possibilidades e com a maior das certezas, pela pessoa certa. 

2 comentários:

  1. não, não acaba por aqui :c eu vou escrever e escrever e escrever :c quando for o ultimo descansa que eu aviso! muito obrigado *

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  2. talvez seja pela curiosidade de saber o que vai acontecer entre estes dois seres que nada dizem. que em nada se entendem, eu continuarei, e assim espero, cada vez melhor. Obrigado eu *

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Descritos de mentes cheias de memórias são sempre bem-vindas.